quarta-feira, 15 de outubro de 2008

LÍNGUAS NACIONAIS E COMUNICAÇÃO (3 )

Esta é a terceira parte - a próxima será a última- da comunicação cuja publicação iniciei no dia 12.10.08)

Minhas senhoras, meus senhores. Estas experiências aqui apresentadas espelham uma parte da prática linguística da Rádio Moçambique e corporizam soluções circunstânciais que, entretanto, não podem ser consideradas as mais ideias nem definitivas. Há que procurar procurar elaborar uma política, como temos vindo a dizer, mais clara. Esta política deve necessariamente ter em conta que é impossível utilizar todas as línguas nacionais faladas no território nacional nas emissões da Rádio MOçambique. Mas deve procurar fazer reflectir a diversidade linguística regional incluindo o maior número possível daquelas que sejam veículos comunicacionais mais abrangentes.



já que estamos a falar de diversidade linguística e coisas afins, permitam-nos distintos presentes referir que o reino de aparente caos, indefinições e imprecisões não é propriedade exclusiva da Rádio Moçambique. Aliás, muitos dos problemas e cenários que acima descrevemos têm a ver com outras coisas. Por exemplo, nós temos dito de forma recorrente línguas nacionais. Como se fosse a coisa mais certa do mundo. Mas não é se calhar. E só olhar para o semblante desconfiado do Professor Ngunga ) Prof. Catedrático- Linguística-UEM). Não há ai também consensos. Fala_se de línguas nacionais como se fala de línguas nacionais de origem bantu. Alguns preferem apenas a expressão línguas bantu. Outros há que optam por dizer línguas moçambicanas, sem esquecer o anacrónico dialectos. Tanta coisa para referir a mesma realidade. Também não existe paz quando se tenta contar e nomear essas mesmas línguas. Ninguém sabe ao certo quantas são e como se chama cada uma delas. As diferentes abordagens fazem-nos saber ora da existência de X línguas ora de Y. Há línguas que aparecem em certa literatura desaparecendo misteriosamente noutras. Nalguns casos, certas entidades são consideradas línguas, noutras dialectos ou variantes e vice-versa. E isso,prezados, afecta a Rádio Moçambique. Para exemplificar, vejamos o caso do Tsonga. Integram-no o Ronga, Changana e Xitswa. para alguns linguistas, cada uma delas e uma língua independente da outra. Há quem argumente, entretanto, que língua é apenas tsonga, sendo as outras entidades apenas dialectos. E sendo que o emissor Interprovincial de Maputo e Gaza ( actualmente separados, existindo Emissor Provincial de Maputo e Emissor Provincial de Gaza) transmite a partir de Maputo, O Ronga e o Changana já tiveram emissões separadas. já tiveram uma emissão única, denominada emissão em língua tsonga, e agora voltaram a ter emissões separadas. Administrativamente isso obriga a uma continua reestruturação do quadro de pessoal, programação, etc. E no que da o Vagueness.(continua)

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