quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DE UMA RÁDIO PÚBLICA (3)

Identificação do auditório e selecção de língua
O auditório pode ser definido como o conjunto de indivíduos que partilham o social mas individualizados nas suas experiências, condição social, etc e localizados num determinado/conhecido meio geográfico e social e que acede em condições específicas a uma determinada programação (de rádio) e que de alguma forma condiciona essa mesma programação.
Por certo são conhecidas muitas outras definições de auditório. No entanto, preferimos esta por razões operacionais embora teorias muito em voga refiram-se à uma maior segmentação do auditório ( nichos) como causa-efeito de uma maior especialização do meio ( BELLANGER, 1992:125). Por isso, importa recordar que estamos a projectar uma rádio de serviço público de recorte eminentemente generalista. E uma rádio de serviço público generalista tanto pode ser nacional, regional ou local. Para o caso, vamos trabalhar num cenário nacional. Ou seja, embora fosse possível referenciar o auditório recorrendo a características específicas (sexo, idade, profissão, grau de instrução, local de residência, etc) que nos levasse ao mesmo resultado, vamos avançar em função de características macro-estruturantes, nomeadamente: espaço geográfico ( Moçambique) e língua transversal ( oficial-português). Esta formulação é mais prática quando se pretende trabalhar com um auditório em que as suas especificidades diferenciadoras não são perseguidas, mas concentra-mo-nos nas que a transversalizam : sua localização geográfica e a língua a usar na programação.
Serviço Público: que público?
É importante reter que não é o raio de cobertura do emissor ou a língua usada na programação ou ainda a identificação do auditório como sendo o "povo" moçambicano que transformarão esse canal de rádio num canal de serviço público. Usando o mesmo raciocínio, para países com características geográficas, sociais, culturais e linguísticas como Moçambique, deverá ser equacionado sempre se o serviço público será plenamente funcionalizado se o grau de exclusão for pronunciado. Ou seja é preciso articular convenientemente o facto de Moçambique ser um país extenso, com muitos acidentes geográficos. Por outro lado, não existe uma língua que seja simultaneamente maioritária em todas as províncias do País ( INE, 2003 e relatório do II seminário da padronização da ortografia de línguas moçambicanas, 2000). Daqui a questão de fundo ( definido o auditório: um canal, transmitindo numa língua) cumprirá devidamente o seu papel de um serviço público inclusivo ?
Respondemos não. Filosoficamente, teríamos um canal ( supra-canal conceptual) que na concretização materializar-se-á em diversos canais , de forma a cobrir as diferentes características fundamentais das comunidades que compõem o auditório. Assim, é difícil contornar a necessidade de existência de um canal de âmbito nacional em Língua portuguesa e outros canais regionais a transmitir nas correspondentes línguas locais mais expressivas. Como forma de cobrir a maioria do auditório seleccionado. Aqui, deve-se sublinhar o facto de as programações de todos os canais assim "paridos" responderem ao mesmo apelo de objectivos e caminharem de forma complementar na construção e gestão das suas programações, recursos, etc.
Não percamos de vista que no nosso exercício estamos a trabalhar com o canal nacional, em língua portuguesa, orientado para um auditório nacional e que seja a espinha dorsal nas estratégias e práticas de gestão da programação do "supra-canal" de serviço público. ( continua)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

CASA VELHA




Não estou alheio às belíssimas mensagens/comentários dos meus amigos Ouri Pota (http://www.maosdemocambique.blogspot.com/) e sj sobre a casa velha. Estou costurando algumas coisas. já contactei outras pessoas que são verdadeiras bibliotecas e arquivos ( quando o assunto é Casa Velha). Entretanto, não resisto a partilhar mais uma foto. Uma nota final, salvo engano meu, a casa velha celebra mais um aniversário no dia 10 de Dezembro. Gostaria de partilhar memórias e comentários sobre o papel da casa velha na construção da cidadania ( foi assim que a amiga sj escreveu num comentário que pode ser lido neste blog). Ou sobre qualquer outra coisa. As portas estão escancaradas.

TV CHATISTAS

Ataco o CHAT procurando o óbvio. O que salta à vista. O que muito rapidamente mobiliza a atenção. E o chat revela-se então um universo. Um caleidoscópio. Algo verdadeiramente fabuloso nas suas costuras mais finas e nos debruados vistosos. Sem muito rigor, bastando para tal olhar para a tela, inicio o diálogo com o mundo dos chatistas. Afinal quem são os chatistas? porque escrevem as suas mensagens publicamente? O que escrevem? Quem os lê? Quando escrevem? Como se vê, há muitos atalhos por onde caminhar. Prefiro o mais rafeiro. O mais óbvio, como já terei dito. Deixei-me apaixonar pelos nomes dos chatistas. Pela maneira como os chatistas assinam as suas mensagens. Num segundo momento, perguntei-me como os chatistas escolhem os seus nomes? O que lhes impele? O que escondem ou revelam? Assim, e para já, deixo a seguir uma série de nomes. Escolhi-os por acaso. Era apenas importante que não fossem nomes comuns ( António, Teodoro, Ana, Miguel, por exemplo). A primeira recolha fi-la no dia 9 de Setembro, das 13h00 às 14h00. A segunda, foi mais recente, no dia 6 de Dezembro, das 16h00 às 17h00, na televisão KTV.

Rainha do deserto
PO3T4 ( Poeta)
Tsotsi
Mulher gata
Beleza Pura
O notável
$El incrível$
Poetisa
Pérola negra
Atrevido
Escrava da Paixão
Mulher Melancia
cansado
Doce Pecado
Honey Girl
bad Boy bifles ( mutante bom é mutante morto)
Olhox Azuix
Sugar Girl
malandro
Super Lindon@
bué fantástico
caramelo
suspeito zero
diablo
madona
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domingo, 7 de dezembro de 2008

AVIÃO-RESTAURANTE


O Boing que se vê nas fotos vai-se constituído símbolo de Lichinga. Neste momento compõe a linda paisagem do paraíso, um belo lugar situado há uns poucos quilómetros do centro da cidade de Lichinga( capital de Niassa, norte do País). Conta-se que engenhosas mãos e criativas mentes transformaram o interior do avião numa diferente sala de refeições. Veja-se os detalhes. Por exemplo os suportes.O avião parece ter pousado ali, suavemente. Embora se diga que o avião foi ali parar por ter "aterrado" fora da pista. de facto, do sítio onde o avião está agora à pista dista muito pouco.
Portanto, estou intrigado com o avião ali "estacionado" . E peço a quem conheça a história de como o avião da LAM foi ali parar que a partilhe. À guisa de extra, há um outro avião, ainda em Lichinga, no centro da cidade, próximo do Banco de Moçambique. Também na Beira conheço 2 aviões exibidos no centro da cidade.