sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A DOUTRINA ECONÓMICA DA TEIA DE ARANHA ( Primeira parte)

Nota prévia:
Com pedido de publicação recebi este belo texto ( que publico na íntegra tal e qual me chegou às mãos ) do meu muito amigo e há muito tempo desaparecido amigo Andes Chivangue. Bem vindo amigo Andes.

A DOUTRINA ECONÓMICA DA TEIA DE ARANHA NUM CONTEXTO DE INTEGRAÇÃO E GLOBALIZAÇÃO

Andes A Chivangue1

A ideia de discutir o Spider Web Economic Doctrine2 (SWED) ocorreu-me depois de ler o livro Capitalist Neeger, de Chika Oneani, autor afro-americano de ascendência nigeriana, o qual aborda, dentre vários aspectos, o problema da pobreza dos africanos e a sua suposta incapacidade de inovar e enriquecer. Os seus argumentos são apresentados num discurso acutilante e sem papas-na-língua. Este livro, não fosse a desonestidade teórico-argumentativa de que se encontra impregnado, seria uma razoável reflexão sobre os afro-americanos e sua relação com os caucasianos nos EUA. Entretanto, tem o mérito de lembrar-nos algumas verdades, dentre as quais o facto de os africanos, muitas vezes, comportarem-se como caranguejos dentro duma bacia: quando um tenta sair os outros arrastam-no de volta. Lembra-nos, ainda, a mania que este povo tem de procurar um culpado (normalmente o poder colonial) para justificar as suas incapacidades. De resto, os argumentos do livro não têm enquadramento para um contexto como o de África. E como forma de demonstrar isso fui buscar uma das suas principais pseudo-teorias.
O SWED assenta numa comparação que o autor faz entre a estratégia de caça e sobrevivência da aranha e os hábitos de dimensão económica praticados, sobretudo, pelos indianos imigrantes nos Estados Unidos da América. A aranha, para se manter viva, tece uma teia que a protege dos seus predadores e todos os insectos de pequeno porte que entram em contacto com ela, aí ficam, enredados. Segundo Oneani, os indianos comportam-se da mesma forma no que concerne ao dinheiro. Nos EUA, estes imigrantes compram e vendem serviços entre si, fazendo com que o dinheiro não saia da comunidade, acumulando dessa forma riqueza e ajudando-se mutuamente.
É esta a sugestão que o autor avança para a comunidade negra nos EUA e, por extensão, ao continente africano. Ora bem, esta estratégia até pode funcionar no país em que ele vive mas não me parece exequível em África. E as razões para a sua falibilidade pretendem-se precisamente com o propósito da discussão deste artigo. Na verdade, as premissas da abordagem oneaniniana são localizadas e de carácter restrito.


Janeiro, 2009
1 Docente na Universidade Pedagógica- Delegação de Gaza
2 Doutrina económica da Teia de Aranha ( tradução do Autor)

BIBLIOGRAFIA
SEN, Amartya (2007), Identidade e Conflito: a ilusão do destino, Tinta da China edições, Lisboa

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

KASA KOOL


Conforme o prometido, inicio a publicação da entrevista feita a uma das participantes do Kasa Kool, versão moçambicana do famigerado "Big Brother". Como se sabe e ficou dito, o Kasa Kool foi realizado e pela TIM, Televisão Independente de Moçambique nos últimos três meses do ano passado.

Na Imagem vemos a entrevistada, o editor da entrevista e a jornalista.

VIAJANDO PELO MUNDO


É o nome de um programa que produzi durante vários anos no principal canal da Rádio Moçambique ( antes Emissão Nacional, agora Antena Nacional). Como se advinha a partir do nome, Viajando pelo mundo levava o ouvinte a conhecer o mundo através de entrevistas, reportagens, textos lidos e música.

Hoje decidi reutilizar ( salvaguardando os devidos direitos de autor) o nome apenas no fino propósito de designar a série que hoje inauguro. Serão umas dezenas de postagens sobre Moçambique, sul de Moçambique ( o tal do mundo que é viajado). Deixarei aqui dados sobre algumas localidades obtidos no local em conversa controlada. Tudo com fotos. Começo com Ressano Garcia. No mapa, estaria próxima do limite norte entre Moçambique e Swazilândia, na fronteira com a África do Sul.

BI

Ressano Garcia é um Posto Administrativo do distrito de Moamba. Situa-se a aproximadamente 80 km da cidade de Maputo.

Tem Energia da Rede, 24 horas.

Línguas mais faladas: Xangana e Português

Rádio mais ouvida: Mungana Lonene FM ( África do Sul); Rádio Moçambique em OM ( não ficou claro que canal)

Televisão mais vista: Sabc e Tvm

Locutor mais apreciado: Roberto Mundlovo (emissor provincial da RM-EP)

Jornais lidos: Notícias, Zambeze, Magazine, Domingo, País

internet para o público: não há



sobre as fotos

Nas fotos vemos a imagem de parte da escola secundária de Ressano Garcia ( edifício principal, casa de professores e campo de futebol). O projecto foi desenvolvido pelo Padre Vicente e sua equipa.